Tecnologia explora propriedades do ozônio 08/09/2011

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(Do Rio – 08 Setembro 2011)

 

Passar pela incubadora do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), da Universidade de São Paulo (USP), deu um selo de qualidade à empresa de Samy Menace. Executivo experiente, com carreira na Santista e no Grupo Safra, ele levou o projeto da BrasilOzônio para o Cietec em 2005. A graduação da empresa aconteceu em 2007 e de lá para cá, ela não para de crescer.

A BrasilOzônio já exporta para Argentina e Peru, e negocia a entrada nos mercados da Europa e dos EUA. O faturamento, que em 2010 foi de R$ 1 milhão, deve dobrar este ano. "O carimbo da USP abre portas, dá credibilidade a uma empresa iniciante no mercado. É bem provável que não tivéssemos sobrevivido se não tivéssemos passado pelo Cietec", afirma.

A BrasilOzônio nasceu para explorar as possibilidades do ozônio como purificador para piscinas e poços artesianos. Além da credibilidade para o negócio, a grande vantagem de estar no Cietec, segundo Menace, foi tecnológica.

"O ozônio é o mais potente germicida e também um dos mais oxidantes. E é um produto ambientalmente correto, pois o seu resíduo é oxigênio." Seu uso é conhecido há 100 anos, mas a evolução tecnológica ainda é recente. Só na última década as empresas começaram a explorar outras possibilidades do gás como purificador. "No Cietec, conseguimos desenvolver 48 aplicações para o produto." Hoje, a limpeza de piscinas e poços representa apenas 4% do negócio. "Saímos de uma pulga para um zoológico inteiro", compara.

O pulo do gato, explica Menace, foi desenvolver um processo barato para produzir ozônio na concentração e volume adequados. "O gás é pouco usado porque para produzi-lo era preciso usar cilindros de oxigênio puro e o produto ficava muito caro", explica. Na incubadora, com a ajuda dos pesquisadores da USP, a BrasilOzônio descobriu como separar o oxigênio do ambiente para produzir o ozônio. "A atmosfera concentra 20% de oxigênio. Nós separamos esse elemento, filtramos, secamos, concentramos e aí, então, geramos o ozônio." E o melhor, com baixíssimo custo energético. "Consumimos no processo a mesma energia que uma lâmpada acesa."

A partir desse salto tecnológico, a empresa desenvolveu aplicações para atividades como limpeza de gases odorosos, material cirúrgico, purificação de alimentos, limpeza de resíduos de lavanderia, entre outros. "Tivemos o apoio de pesquisadores de várias áreas", afirma Menace.

Mesmo depois de graduada e bem-sucedida, a BrasilOzônio não se afastou do Cietec. A empresa optou por instalar sua sede dentro do parque tecnológico. "Não sairia de lá mesmo que construísse outra fábrica fora", afirma Menace. "Ter acesso a consultores e profissionais de ponta é uma condição vital na área tecnológica e permanecendo na USP nós temos isso."

Desse modo, as pesquisas continuam. "Uma parte do nosso negócio sempre será pesquisa e desenvolvimento", diz Menace. "A cada dia surgem novas aplicações, algumas por demanda dos nossos clientes. Continuamos sempre em busca de projetos", conta o empresário. E mais uma vez, permanecer no Cietec também é uma vantagem.