Rodada de negócios gera US$ 2,75 milhões em negócios para empresas 01/12/2014

Apex–Brasil: Link da notícia

(Imprensa Apex – 01 Dezembro 2014)

 

As doze empresas brasileiras que participaram do evento Brazilian Sustainable Solutions, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), estimam negócios de US$ 2,75 milhões para os próximos doze meses, em função da iniciativa. Na última terça-feira (25/11), elas participaram de 66 reuniões de negócios com tradings (comerciais exportadoras) brasileiras e compradores internacionais da França, Portugal, Argentina e Peru.

O evento incluiu, além das rodadas de negócios, um seminário sobre negócios sustentáveis no Brasil e um projeto imagem, em que compradores e jornalistas dos veículos El Mercúrio (Chile) e El Tiempo (Colômbia) tiveram a oportunidade de visitar as empresas Fazenda Retiro Santo Antônio, produtora de cafés sustentáveis da região de Mogiana (São Paulo) e Atina – fabricante de óleos e extratos naturais para a indústria cosmética e alimentícia, localizada em Pouso Alegre (Minas Gerais).

As doze empresas participantes foram selecionadas pela Apex-Brasil por seus diferenciais relativos à sustentabilidade e inovação. Ao longo de 2014, receberam apoio da Agência para desenvolvimento do seu processo de internacionalização, por meio de capacitações em sustentabilidade e de consultorias específicas voltadas ao aprimoramento da oferta exportável ou do modelo de negócios. A maior parte delas integra o projeto Inovação e Sustentabilidade nas Cadeias Globais de Valor, parceria da Apex-Brasil com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces).

“São empresas que têm um compromisso forte com a sustentabilidade e, também, com a inovação. Muitas, inclusive, desenvolveram tecnologias totalmente novas, que podem ser excelentes soluções ambientais para vários países do mundo”, afirma Adriana Rodrigues, Gerente de Sustentabilidade da Apex-Brasil. Alguns exemplos são a Terpenoil – empresa que fabrica produtos químicos atóxicos para limpeza industrial a partir do terpeno, ativo extraído como subproduto do esmagamento da laranja - e a Brasil Ozônio, que desenvolveu um sistema para geração e uso de gás ozônio para limpeza e desinfecção de água e de ambientes.

A realização do evento faz parte de uma ampla estratégia da Apex-Brasil voltada a incrementar a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional a partir da incorporação da sustentabilidade e da inovação em seus modelos de negócios. “Nossa expectativa é atender novas empresas a partir do ano que vem, aumentando a abrangência destas iniciativas”, pontua Adriana Rodrigues.

“Pretendemos fazer nossa primeira exportação no início do ano que vem e tivemos, durante o evento, bons contatos e perspectivas de negócios com Portugal e com uma trading pode representar nosso produto em vários países”, afirma Marcelo Ebert Ribeiro, diretor executivo da Terpenoil. “O atendimento que tivemos da Apex-Brasil também nos ajudou a definir melhor a estratégia de internacionalização – inclusive com um trabalho de inteligência comercial para elegermos nossos mercados alvos -  e a melhorar problemas que tínhamos em nossa gestão”, completa Ribeiro.

Uma das empresas convidadas, a Global Colibri, de Portugal, é uma consultoria de engenharia focada em limpeza e tratamento de água e esgoto. Durante o evento, a empresa mostrou bastante interesse nas novas tecnologias que conheceu no Brasil, como as da Terpenoil e da Brasil Ozônio. “Acredito que podemos desenvolver parcerias para atender a clientes em Angola e em outros países da África”, afirmou Emanuel Santos Silva, representante da empresa.

Para a Atina – que fabrica o ativo natural bisabolol (usado em cosméticos) a partir da extração sustentável e certificada da madeira da candeia – as consultorias e capacitações oferecidas pela Apex-Brasil e GVces auxiliaram na elaboração do discurso para o mercado internacional. “Passamos a entender melhor como deveríamos nos posicionar para vender ao mercado nosso diferencial relativo à sustentabilidade da cadeia produtiva”, afirma Eduardo Roxo, da Atina. A empresa, localizada em Pouso Alegre (MG) fabrica, além do bisabolol (que tem propriedades anti-irritantes e efeito bactericida e antimicótico), ativos extraídos do babaçu e de outras frutas.

Para a fazenda Retiro Santo Antônio, produtora de cafés certificados e sustentáveis, a participação no projeto e no evento foram oportunidades de desenvolvimento da estratégia da empresa. “Alcançamos o objetivo de nos prepararmos para a exportação. Hoje, conseguimos enxergar melhor o que fazemos e, por consequência, nos vender melhor. Acredito que em 2015 já devemos começar a exportar com marca própria”, afirma Jefferson Adorno.

“Após o período de preparação – que foi um divisor de águas na nossa história ao nos mostrar a importância de termos uma linguagem universal   – este evento nos trouxe resultados acima das expectativas”, comentou Maysa Gadelha, da cooperativa paraibana Coopnatural, fabricante de vários itens produzidos a partir de algodão colorido orgânico. A cooperativa reúne 24 associados e produz roupas, sacolas e brinquedos feitos artesanalmente.

Também fazem parte das ações da Apex-Brasil e do GVces o trabalho com duas grandes empresas âncora – a Braskem (maior produtora de resinas termoplásticas das Américas e criadora do plástico verde) e a Beraca (fabricante de insumos naturais para a indústria cosmética e alimentícia) – para que elas auxiliem os fornecedores de suas cadeias de valor a desenvolverem atributos de sustentabilidade. Jorge Soto, diretor de desenvolvimento sustentável da Braskem e também presidente do Pacto Global no Brasil, foi um dos palestrantes do evento, ao lado de Mariana Marshal, representante da AMMA, empresa que fabrica chocolates finos usando cacau plantado em meio à Mata Atlântica, na Bahia.